sexta-feira, 18 de março de 2011

Experiência pra vida toda

Uma de muitas experiências que tive fazendo palhaçadas em hospital.

“Era uma manhã em que eu estava com muito sono, porém um ato estava marcado no IJF e precisava ir. Levantei, tomei banho, comi, tudo isso praticamente no modo automático. Arrumei minha mochila e segui até o hospital. Chegando lá, me deparo com os companheiros de ato também com cara de sono, mas logo logo isso iria mudar, afinal, iria ser uma manhã de risos.

Foi um ato bastante divertido, risos pra cá, risos pra lá. Quando deu hora de irmos, na descida da escada, veio uma “enfermeira” dizendo para nós irmos até a UTI, pois havia crianças por lá. Ficamos receosos, pois não tínhamos autorização pra ir la, mas fomos. Antes de entrar, procuramos a médica responsável pela UTI naquele horário e ela nos deu autorização. Enquanto entrávamos, vi um médico, com seus 50 e poucos anos, olhos verdes e cheio de lágrimas nos olhando e dizendo:

- C******, que irado!

Nas nossas andanças em hospitais encontramos médicos que aprovam e também os que não aprovam, mas o olhar de emoção daquele doutor não irei esquecer. No decorrer do ato, conseguimos levar um pouco de sorrisos que tanto faltam àqueles que ficam sem ter outra opção, ao não ser enclausurados em uma ala de um hospital. Curiosamente as enfermeiras pareciam estar tristes, mas aos poucos foram quebrando o gelo. Na saída da UTI, a médica responsável foi nos agradecer imensamente pela nossa visita naquele dia. Na semana anterior, um dos enfermeiros havia falecido e todos ali estavam muito mal pela perda, mas com a nossa chegada, por um momento a dor foi diluída.

E esse foi um dia inesquecível pra mim, onde ajudamos não só as crianças que tanto precisam de um sorriso naquele ambiente frio, mas também quem cuida delas por uma perda inestimável.

p.s: até hoje não sabemos quem foi a “enfermeira” que nos disse das crianças da UTI. Uma coisa curiosa também é que nem as pessoas do próprio hospital sabem…”

Link do texto no blog da ONG Risonhos.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Podemos

Se posso continuar pra quê parar?

Se posso seguir com você pra quê te deixar?

Se posso te ter pra quê deixar de lutar?

Se posso te fazer rir, deixarei de tentar?

Se posso enxugar tuas lagrimas pra quê deixar de te abraçar?

Se posso crescer a teu lado, pra quê à teu lado não deveria estar?

Se posso te ter comigo pra que deixar de te amar?

Hudson Cordeiro Pinto 21/12/2010

sábado, 18 de dezembro de 2010

"Já amei. Já odiei. Já gritei e às vezes choro vendo a bola correr no meio-campo. Nem mesmo das mais subalternas emoções da alma humana, o futebol tem me poupado o coração. Eu já sofri tanto vendo a bola correr no meio-campo que nem posso me queixar se um dia a morte vier me buscar no momento de um gol."

Armando Nogueira

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Futebol arte

Arte não se define, se aprecia

Meeeessi, Meeeessi... é o canto entoado pelos aficcionados de seu espetáculo.

Aos nossos olhos, bela sintonia em seus acordes é demonstrada.

Mas no fundo, tristes pelos poucos 90 minutos de seu baile no palco verde.

Pincela letras, canetas, banhos e elásticos.

Cores alegres que embelezam suas pinturas nos mais variados moldes.

Tamanha destreza em sua inicial tela verde só nos mostra a bola e a trave depois do deslize de seu pincel, onde o goleiro não ganhou espaço algum em sua pintura.

Misto de bolero, samba, lambada, dança flamenca.

A malícia em seus passos deixa seus acompanhantes sentados o vendo bailar no salão verde.

O mundo se encanta, vibra, ri.

Arte não se define, arte não se mede...

Arte só se Messi.

Hudson Cordeiro 07/04/10

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Impagável

Hoje eu vi esperança.

Vi que no fim do túnel há uma saída.

Vi que onde há sofrimento, há espaço pra alegria.

Vi que nos pequenos detalhes o dia pode ser modificado.

Vi que na mais sublime dor o otimismo pode brotar.

Vi que no meio de injustiça, recompensados serão os que lutam pela paz.

Vi que o mundo tem opções e cabe a nós decidir qual seguir.

Hoje eu vi o brilho no olhar e um sorriso no rosto de uma criança com câncer.

Hudson Codeiro Pinto 07/02/10

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Palhaço

Gordos e magros, narizinhos e narigudos, altos e baixos. Deparo-me com tantos tipos de pessoas, com tantos tipos de palhaços. Um gesto tímido querendo dizer “posso conversar, posso fazer parte da sua vida?” me faz pensar: será que precisamos nos pintar para perder nossa vergonha?

Hoje trabalho em hospitais, trabalho nas ruas, trabalho na minha casa e me pergunto se precisamos continuar doentes a ponto de só pensarmos em nós mesmos. Um “olá”, “bom dia”, “como vai a senhora?”. Pessoas que passam por pessoas e não recebem esse simples gesto de humanidade. Será que somos humanos, será que podemos fazer diferente? A resposta é simples e direta: podemos. O que falta é a coragem, coragem essa que sobra ao palhaço.

Palhaço é um ser iluminado, digamos chegar ao ponto de ser mítico. Ele encontra, ou tenta encontrar, felicidade onde há desunião, discórdia, violência. Qual outro ator da nossa peça que o faz com tanta genialidade? Palhaço encanta, palhaço é encantado.

Sou palhaço, mostro meu ridículo, mesmo pintado, mesmo sem ser reconhecido, dou minha cara a tapa. Um sorriso posso não conseguir, mas no fundo, vou estar no pensamento daquele garotinho triste, sorrindo e tentando levar paz e alegria. Quando um pequeno sábio de pouca idade chora a me ver, não desanimo, sei que aquele choro particular um dia se tornará um sorriso público e esse é meu objetivo, esse é meu pagamento.

Com muito orgulho posso dizer: sou palhaço, sou o que muitos querem ser, mas sua coragem, ou falta, não deixa.

Hudson Cordeiro Pinto 30/01/10

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Sujeito

Hipocrisia composta de inverdades e alienação.

Enquanto pessoas se desfalecem em problemas históricos, soluções emergentes chegam a preocupar, pois inexistentes são, paradoxo de uma sociedade evoluída tecnológica e cientificamente, porém doentia.

Numerais que somados não equivalem a dor injusta sofrida por muitos, onde a maioria chega a ser indeterminada, diferenciadas por números, faltando apenas o código de barras marcado na testa.Tempo tivemos para mudanças. Nosso futuro oculto, não sabemos se teremos.

Eu, apenas um sujeito simples pedindo força, fé, pedindo paz.

Hudson Cordeiro Pinto 19/01/10