sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Palhaço

Gordos e magros, narizinhos e narigudos, altos e baixos. Deparo-me com tantos tipos de pessoas, com tantos tipos de palhaços. Um gesto tímido querendo dizer “posso conversar, posso fazer parte da sua vida?” me faz pensar: será que precisamos nos pintar para perder nossa vergonha?

Hoje trabalho em hospitais, trabalho nas ruas, trabalho na minha casa e me pergunto se precisamos continuar doentes a ponto de só pensarmos em nós mesmos. Um “olá”, “bom dia”, “como vai a senhora?”. Pessoas que passam por pessoas e não recebem esse simples gesto de humanidade. Será que somos humanos, será que podemos fazer diferente? A resposta é simples e direta: podemos. O que falta é a coragem, coragem essa que sobra ao palhaço.

Palhaço é um ser iluminado, digamos chegar ao ponto de ser mítico. Ele encontra, ou tenta encontrar, felicidade onde há desunião, discórdia, violência. Qual outro ator da nossa peça que o faz com tanta genialidade? Palhaço encanta, palhaço é encantado.

Sou palhaço, mostro meu ridículo, mesmo pintado, mesmo sem ser reconhecido, dou minha cara a tapa. Um sorriso posso não conseguir, mas no fundo, vou estar no pensamento daquele garotinho triste, sorrindo e tentando levar paz e alegria. Quando um pequeno sábio de pouca idade chora a me ver, não desanimo, sei que aquele choro particular um dia se tornará um sorriso público e esse é meu objetivo, esse é meu pagamento.

Com muito orgulho posso dizer: sou palhaço, sou o que muitos querem ser, mas sua coragem, ou falta, não deixa.

Hudson Cordeiro Pinto 30/01/10

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Sujeito

Hipocrisia composta de inverdades e alienação.

Enquanto pessoas se desfalecem em problemas históricos, soluções emergentes chegam a preocupar, pois inexistentes são, paradoxo de uma sociedade evoluída tecnológica e cientificamente, porém doentia.

Numerais que somados não equivalem a dor injusta sofrida por muitos, onde a maioria chega a ser indeterminada, diferenciadas por números, faltando apenas o código de barras marcado na testa.Tempo tivemos para mudanças. Nosso futuro oculto, não sabemos se teremos.

Eu, apenas um sujeito simples pedindo força, fé, pedindo paz.

Hudson Cordeiro Pinto 19/01/10